24 de out. de 2012

Ex-ministro italiano é investigado por corrupção em contratos com Brasil

Nelson Jobim
imagem da web

Roma, 24 out (EFE).- O ex-ministro italiano de Desenvolvimento durante o governo de Silvio Berlusconi, Claudio Scajola, está sendo investigado pelo suposto recebimento de comissões ilegais na mediação da venda de 11 embarcações ao governo brasileiro, informou nesta quarta-feira a imprensa italiana, que, por sua vez, voltou a citar o ex-ministro de Defesa Nelson Jobim.
Os jornais italianos publicam hoje documentos ligados à investigação que está sendo realizada pela promotoria de Nápoles, a qual esmiúça as comissões ilegais sobre a venda de equipamentos de tecnologia aeroespacial e de defesa da Finmeccanica, empresa que é controlada em 30% pelo Estado Italiano, ao Panamá e Brasil.

Neste contexto, o diretor-geral da Finmeccanica, Paolo Pozzesser, acabou tendo sua prisão decretada ontem, mesmo dia em que se soube que Scajola estava sendo investigado por seu envolvimento neste mesmo caso.
Em relação ao caso Scajola, a imprensa local apresentou mais detalhes sobre o andamento das investigações e também publicou alguns trechos do interrogatório de Lorenzo Borgoni, um antigo responsável pelas relações institucionais da Finmeccanica, que enfatizou essa transação entre Itália e Brasil
Segundo Borgogni, "o canal entre Itália e Brasil era o próprio ministro Scajola, já que este, apesar de não ser titular da pasta de Indústria, tinha uma boa relação com o então ministro da Defesa do Brasil, Nelson Jobim".
"Se fechasse essa venda de 11 embarcações (cinco fragatas, cinco escoltas e um super navio de apoio), por um total de uns 5 bilhões euros, aproximadamente 11% deste valor seria destinado a Scajola, Massimo Nicolucci (porta-voz do ministro) e, inclusive, a Jobim", publicou hoje os jornais "Corriere della Sera" e "La Repubblica".
O ex-presidente da Finmeccanica Pierfrancesco Guarguaglini, que renunciou ao seu cargo em dezembro de 2011 após a publicação de alguns escândalos vinculados a sua gestão, "estava disposto a pagar uma percentagem máxima de 3% do valor da venda".

"Esta percentagem seria paga através de um contrato estipulado com uma agência no Brasil e pago a um empregado que fosse indicado pelo ministro Jobim", revelou os documentos desta investigação.

A imprensa italiana também acrescentou que a venda dos navios não foi concluída porque a negociação acabou sendo interrompida por caso do esfriamento das relações entre Itália e Brasil, uma crise que surgiu após a concessão de asilo ao terrorista italiano Cesare Battisti por parte das autoridades brasileiras.
"É verdade que falei com o presidente Lula e que encontrei três vezes o ministro da Defesa Jobim. Na Itália, havia crise e tentei vender as embarcações. Era meu dever ajudar o Fincantieri (os estaleiros da Finmeccania)", afirmou Scajola, que em todas as entrevistas negou ter recebido dinheiro por isso.
O jornal "La Stampa" também publicou que Jobim, que após sua experiência política voltou a se dedicar à advocacia, "começou a rir" após saber que seu nome estava sendo citado nas investigações da promotoria de Nápoles.
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