Segundo o
STJ, todos os clientes precisam ser alertados individualmente. Caso deve mudar
o balizamento da jurisprudência brasileira.
Os planos de
saúde devem avisar seus clientes, individualmente, sobre o descredenciamento de
hospitais e médicos. Isso é o que decidiu, por unanimidade, a 3ª Turma do STJ,
ao analisar o caso de um paciente de São Paulo. O provimento a recurso especial
reverteu decisao do TJ de São Paulo, que havia absolvido a Associação
Auxiliadora das Classes Laboriosas do pagamento de indenização à família de um
de seus conveniados, Octavio Favero.
A relatora do caso, ministra Nancy Andrighi, destacou que a
informação sobre a rede de hospitais de um plano de saúde é "primordial na
relação do associado frente à operadora" e, segundo ela, fator
"determinante" quando alguém decide assinar o contrato com uma
empresa.
Uma das passagens do voto afirma que "se, por um lado, nada
impede que a operadora altere a rede conveniada, cabe a ela, por outro, manter
seus associados devidamente atualizados sobre essas mudanças, a fim de que
estes possam avaliar se, a partir da nova cobertura oferecida, mantêm interesse
no plano de saúde".
A decisão foi tomada em março. Apesar de valer só para o caso
desse paciente, a decisão representa a posição do tribunal sobre o tema e deve
balisar a jurisprudência braileira.
O advogado Edilson Pedroso Teixeira atuou em nome da viúva e de um
filho do segurado. (REsp nº 1144840)
Para entender
o caso
* Quando teve uma crise cardíaca, o segurado Octavio Favero foi ao
Hospital Nove de Julho, em São Paulo, onde já havia sido atendido anteriormente
por seu plano de saúde.
* Ao chegar ao hospital, no entanto, Favero descobriu que a
instituição não era mais credenciada a seu plano de saúde, a Associação
Auxiliadora das Classes Laboriosas. A família teve que arcar com as despesas.
* A associação, que havia sido condenada a indenizar a família de
Favero na primeira instância, acabou revertendo a decisao no TJ-SP. A família
se viu obrigada a arcar com todas as despesas de internação (na época R$
14.342,87).
* Com a atualização monetária, juros legais e os efeitos da
sucumbência, a condenação final chega a R$ 65 mil.
A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) disse que não se
manifesta sobre ações judiciais.
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